terça-feira, 7 de outubro de 2008

... "tenho tanta fome"

Um homem e uma mulher estão sentados frente a frente à mesa de um restaurante mal iluminado. Um pequeno ramo de lírios vermelhos e brancos impregna o ar de um aroma doce com um travo a canela. Passa um criado com uma travessa de coelho em molho molé. Na mesa ao lado, um soufflé de mirtilos exala a sua fragrância. Arrumadas sobre gelo picado, numa grande travessa, as ostras ao natural deixam uma a uma o seu requintado sabor a mar na língua da mulher. Um aroma a funcho desprende-se dos espessos fritos de caranguejo no prato do homem. Os pequenos pães acabados de cozer emanam um cheiro adocicado. As mãos tocam-se quando ambos tentam chegar ao pão. Ela olha-o nos olhos, como se os enchesse de chumbo derretido. Ambos sabem ao que este delicioso prelúdio irá conduzir. "Tenho tanta fome", murmura ele...





Como seria o alvoroço do namoro sem uma refeição?


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