quinta-feira, 4 de setembro de 2008

... enviado por uma amiga

Apesar de não haver uma receita para ser feliz, o que também não é a melhor forma de buscar nossos caminhos, o texto a seguir me faz refletir em muitos pontos. Este é o primeiro capítulo do livro "Amar pode dar certo". Interessante a análise e a historinha do final... envio como dica de leitura:


"É inevitável arriscarmos algumas possíveis respostas... Provavelmente, por mais que a humanidade evolua, há uma questão que dificilmente vai se modificar: amar e ser amado continua e continuará sendo uma das maiores buscas do ser humano.

A presença de um companheiro afetivo continua sendo fundamental para todos os seres humanos se descobrirem como seres de amor.

É claro que há muitas mudanças acontecendo em uma velocidade impressionante. No entanto, temos certeza de que daqui a mil anos, as pessoas ainda se perguntarão: como podemos criar relacionamentos afetivos mais românticos e construtivos?

Mesmo que homens e mulheres sejam capazes de se reproduzir sem a necessidade de contato afetivo, ainda assim haverá uma chama ardendo dentro do coração de cada pessoa.

No entanto, algumas dessas mudanças influenciaram diretamente os relacionamentos afetivos. Um livro inteiro seria insuficiente para descrever todas essas transformações, mas, sem dúvida, o que mais atingiu os relacionamentos foi o avanço feminino no mercado de trabalho.

O crescimento do número de mulheres independentes profissional e economicamente — um fenômeno que podemos chamar de “mulherização” do mercado de trabalho — causou uma verdadeira revolução nos relacionamentos afetivos.

A mulher, que antigamente queria segurança no casamento, hoje procura amor. Os homens, que foram educados para dar segurança, não conseguem dar esse amor tão desejado por elas. Com as eternas crises econômicas, a maioria deles não consegue dar amor nem segurança.

Hoje, a maioria das mulheres rejeita o papel passivo nos relacionamentos e torna-se proativa. Se têm interesse em um homem, elas dão o primeiro passo na conquista, o que talvez os assuste. Se não estão felizes com seus companheiros, tomam a iniciativa de terminar o relacionamento.

Os homens, culturalmente, estavam habituados a ser donos, patrões, senhores — ou que nome queiram dar — das mulheres. Essa posição superior dava a eles muita segurança nas relações e os fazia se sentirem no controle de todas as situações. Nos últimos cinqüenta anos, essa realidade começou a mudar. Mas foi nos últimos vinte anos que as transformações foram mais radicais, principalmente no que se refere à dinâmica dos relacionamentos.

Muitas mulheres são, hoje, “chefes” de família e criam seus filhos sozinhas, independentemente da ajuda do pai da criança. Para se ter uma idéia, aproximadamente 35% das mulheres ganham hoje mais do que seus namorados, noivos ou maridos. Ou seja, é bem possível que você, leitora, ganhe mais do que seu companheiro!

Essa nova mulher tem orgulho de administrar a própria vida; por isso, é cada vez menor o número daquelas que se submetem a um casamento sem amor por medo de não conseguir cuidar de si mesmas.

Mas essa nova mulher ainda não aprendeu a transformar sucesso em felicidade afetiva. Ela ainda não encontrou, na maioria das vezes, uma forma de compartilhar seu sucesso com o companheiro. Algumas mulheres de sucesso querem mandar nos maridos como mandam nos funcionários da empresa. Outras se sentem inadequadas por ganhar mais..

Por causa desse fenômeno, passamos a ter um homem que ainda não sabe lidar com essa nova mulher. Afinal, ele se preparou para mandar e agora não sabe como amar uma companheira de verdade. Em contrapartida, essa mulher também não aprendeu a lidar com esse novo poder.

De alguma maneira, homens e mulheres estão procurando um novo modo de se relacionar, mais pleno, em que o amor supere o medo e a riqueza afetiva vença a pobreza.

Essa turbulência, causada pela mudança do papel da mulher, só veio reforçar o antigo medo de amar. Apesar de tantas mudanças, o ser humano continua agindo da mesma maneira em diversas situações afetivas, especialmente no que se refere ao medo de ser rejeitado!

Mais do que nunca, as pessoas estão morrendo de medo de ser abandonadas; de dizer “eu te amo” e não ser correspondidas. E, por isso, continuam abandonando, com medo de ser abandonadas. Dizem não, com medo de ouvi-lo.

O medo da rejeição nos impede de abrir nosso coração profundamente para os outros, pois não queremos nos sentir vulneráveis ou fragilizados. Para não ter de enfrentar esse medo, as pessoas não estão se relacionando em profundidade. Pelo contrário, buscam criar relacionamentos superficiais.

Nos relacionamentos atuais, principalmente entre os mais jovens, predomina a postura de “ficar” com alguém. Às vezes, “fica-se” com mais de uma pessoa no mesmo dia.

Muitas pessoas abandonaram a busca por uma relação mais amorosa, mais comprometida, satisfazendo-se com uma companhia de poucas horas. Um simples passatempo. Assim, no dia seguinte, pode-se ficar com outra pessoa, no outro dia, com mais outra, e assim por diante, sem que qualquer relação se solidifique.

Existe até a prática de contabilizar quem beijou mais em uma festa ou em um evento qualquer. Beija-se pessoas desconhecidas pelo simples ato de beijar, como se bebe água quando se está com sede. O beijo, nessas circunstâncias, deixou de ser a expressão de um sentimento afetivo de aproximação entre duas pessoas, deixou de ser uma entrega, deixou de ser um momento mágico, deixou de ser uma partícula de ligação, e entrou no menu da rotina.

No amor, para muitas pessoas, a quantidade se tornou mais importante que a qualidade... Na verdade, poucas pessoas perceberam que qualidade num relacionamento significa mergulhar em profundidade.

Nesse tipo de relacionamento superficial, não há tempo para conhecer o outro. E sem conhecimento, o amor não se desenvolve. Torna-se quase impossível estabelecer uma base sólida para a relação.

Esse ficar, na maioria das vezes, é somente mais uma forma de evitar o medo da rejeição, como se os “ficantes” estivessem dizendo: já que vai terminar, nem vamos começar.

As pessoas, mais do que nunca, estão sofrendo do medo de amar. Tanto que, eventualmente, escutamos alguém dizer: “Vou dar um fora porque essa relação está ficando muito séria!”

Por que uma relação “séria” assusta as pessoas? Por que a possibilidade de um envolvimento maior, mais afetivo, mais duradouro, é tão ameaçadora?

Nós ainda, e mais do que nunca, acreditamos que o amor só desabrocha dentro de um relacionamento profundo....

O mestre Osho conta que, em sua cidade natal, havia um concurso, uma vez por ano, que premiava a rosa mais linda. Nesse dia, a praça principal ficava lotada de rosas muito lindas, mas quem ganhava o prêmio era sempre um militar aposentado.

Certo dia, após a premiação, Osho seguiu o homem até sua casa para descobrir o segredo das rosas maravilhosas. Ao chegar à casa, o homem entrou, carregando seu troféu. Nem sequer cumprimentou o jardineiro.

O mestre, então, perguntou ao jardineiro o segredo de suas rosas, e o velhinho respondeu:

- As pessoas em geral deixam todos os botões crescerem e depois escolhem o mais bonito. Eu escolho o botão mais bonito e corto todos os outros. Então, a seiva não tem que se dividir entre vários botões; ela vai toda para a rosa que eu escolhi.

Assim é o amor... Se você alimenta vários relacionamentos superficiais, nunca conseguirá experimentar o verdadeiro sabor do amor.

Os relacionamentos não precisam durar toda a vida, pois as pessoas mudam e podem escolher caminhos diferentes, mas eles têm de ser intensos e profundos.

Nós acreditamos em dar toda a seiva para uma única pessoa!

Para aqueles que ainda confiam no amor como algo mais que um encontro casual é que nós reescrevemos Amar Pode Dar Certo!"


Roberto Shinyashiki


* adorei, Geize *


1 comentário:

Anónimo disse...

ola ricardo,
ler a tua mensagem, faz-me olhar para tras, por tudo o que passei, acomodei-me a ser infeliz durante demasiado tempo, sou feliz apenas pelo facto de ter controle da minha vida, mas continuando a procurar o amor, nao relacionamentos superficiais, e tento passar essa mensagem para os meus filhos, pois é pena ver a maneira como as relaçoes humanas estao banalizadas, com o novo conceito de "amizades coloridas", perdendo-se o significado da verdadeira amizade que é o principio de tudo.
tudo de bom
bjs